Arroz de seco

Esse arroz só se acha junto a produtor rural pequeno ou feira, como quase tudo que é biodiverso em termos de alimentação. Chama ‘arroz de seco’ porque ao contrário do nosso convencional, ele não precisa ser cultivado em planície alagada – se cultiva ‘no seco’. Olha que coisa versátil e maravilhosa.

O arroz de seco – que também chamam arroz ‘de sequeiro’ ou ‘de terras altas’ – é interessantíssimo, muito amiláceo, e no prato o resultado dele é um arroz invariavelmente empapadinho, independente da forma como você tente cozinhá-lo. E isso não é um defeito, existem muitas formas diferentes de arroz e de se comer arroz e todas elas tem o seu lugar.

Mesmo o arroz jasmine e o basmati, tipos comuns no sudeste asiático e na península indiana respectivamente, e que quase sempre são importados quando vendidos no supermercado aqui, também são cultivados com sucesso no Brasil em várias regiões, a maioria em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (onde são cultivados também a maior parte do nosso arroz convencional).

Mas biodiversidade nunca vai ser o forte do agronegócio, e aí nosso acesso a essas variedades todas fica restrito.

No fim, o que eu queria mesmo contar é que existem muito mais espécies comestíveis pouco usuais mesmo de coisas tão convencionais, como o arroz. O supermercado e o agronegócio é que são muito mais monótonos do que a gente se dá conta.